quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Enlaces de um amor Longinquo

Todas as noites chamo por ti
Por entre a bruma densa do norte,
Esperando petrificada no escuro.
Dispo-me de luxos e agarro-me ao futuro

Sei que me ouves no monte da lua,
Por entre a tua floresta de orquídeas,
Qual bardo que aguarda minha chegada
Mas se me não vens guiar,
Acende-me um farol para me encontrar.

Cega e Langue,
Pelas injúrias do teu amor,
Perdi-me na alegoria rítmica das palavras,
Na dialéctica desse lúgubre encanto
E agora, perdida e cega no escuro,
Despreendo-me de luxos e agarro o meu futuro

Leva-me para o teu jardim
Onde guardas as tuas mais preciosas flores,
Ama-me como se nada fosse
E como se o nada fossemos nós

Porém grito teu nome sem respostas,
Meu ópio que me corre nas veias
Graças a ti,
Amo quem não tenho
E desprezo quem me tem.
Deixas-me cega e perdida no escuro.
Dispo-me de luxos e agarro o meu futuro

Ainda sinto nos lábios
O gosto dos beijos que estão para vir,
Sinto na pele os toques que nunca senti,
Sinto saudade do que nunca vivi,
Foi o perfume de tuas palavras
Que se apoderou de mim.

“Controvérsia física, atracção mental”.
Estou farta deste abismo irreal
Onde a idade é um número,
Onde apenas te vejo a ti meu futuro
E mesmo assim nada vi.
Cega por entre o escuro
Dispo-me de luxos e choro o meu futuro

Sem comentários:

Enviar um comentário