sábado, março 19, 2011

O Teu Cheiro

Tenho o teu cheiro na minha pele.
Findada a extravagância e a satisfação espiritual,
Restou apenas o teu odor no meu corpo.
Uma lembrança ínfima do que me pertenceu.

Sinto-me só entre os lençóis de cetim cor-de-rosa.
Não sei em que sombra te escondes,
Mas, esperarei o tempo necessário.
Apenas quero sentir o calor do teu abraço,
Sentir-me completa,
E repleta de uma imensa felicidade.

Raios de ouro tardio dispersos
Tocam na minha pele.
Carícias de uma estrela, nada me dizem,
Quero a delícia do toque teu.
Quero sentir a tua respiração no meu pescoço,
Enquanto me afundo em profunda fantasia.
Quero uma brecha de espaço intemporal,
Onde te possa amar indefinidamente,
Na eloquência de uma penumbra envolvente.

 Quero…
Quero e nada se cumpre.
Isto é o rugido de um desejo mudo,
Que não cessa em chamar por ti.
Continuo só, neste mundo
Que entristece e fica escuro.

Com o fim da esperança fecho os olhos.
Apenas os abrirei para ti.
Ninguém merece ver o amor que escondo
Apenas tu que me queres feliz.

Quando a Madrugada vier, fecha a janela,
E não deixes o orvalho congelar-me o corpo.
Anuncia a tua chegada, para que o meu amor por ti
Seja apenas teu e não doutro.
Os meus olhos são teus,
Neles ardem cristais de fogo.
Mas, se não vieres mais, deixa a janela aberta.
Para que o orvalho se forme
E mos congele, pois, nunca outro
Verá o fogo, que ficará azul, baço e morto.

sexta-feira, março 11, 2011

Luxúria Canibal

Tortura-me o espírito, 
Consome-me a alma,
Possuí-me o corpo,
A devassidão ingénua
De um desejo Louco.

O prazer momentâneo,
Geme-me dentro do crânio,
Lascivo, obtuso, animal, nu…
Cru.

Sexo, suor e sangue.
Amor, suor e loucura
Pura, instintivamente visceral.
Ópio negro que me percorre o corpo,
A Intensidade bruta sobre este abismo irreal,
Estado demente e subliminal.
O instinto animal,
Loucura total,
Gemidos libertados quando falta o… huuuuum…

Luxúria Canibal.

Esta Luxúria que me corrompe a carne,
Que me faz suar e desejar…
Imunda e blasfema me faz gritar
Inconscientemente nesta demanda espiritual.

Profana-me o corpo e lacera-me o inconsciente,
Mata-me de prazer como se fosse a última vez.
Quero-te corpo, alma e mente,
Demente no ardor dos actos.
Solta o demónio no meu corpo,
Rasga-me a pele e despoja-me do real.
Foi a minha morte.
Renasci animal.